28/11/2012
-
10h43
As autoridades da república centro-asiática do Tadjiquistão, anunciaram
nesta terça-feira (27) a decisão de bloquear o acesso ao Facebook com o
argumento de ter recebido várias queixas sobre o conteúdo da rede
social.
"Os melhores representantes da sociedade tadjique estão cansados da
corrente de porcaria e mentiras presente em diferentes páginas da
internet. O Facebook é seguramente a mais famosa de todas", disse Beg
Sujúrov, chefe do Serviço de Comunicações tadjique, em entrevista
coletiva.
O funcionário declarou que "gente desconhecida insulta os líderes do Estado", motivo pelo qual, aparentemente, vários cidadãos locais, entre eles acadêmicos, intelectuais e personalidades culturais, pediram que o Facebook fosse bloqueado. Nas últimas horas meu telefone está tocando o tempo todo. Os habitantes da república receberam com alegria a notícia do fechamento da página no Tadjiquistão, e poucos receberam a notícia negativamente", afirmou Sujúrov.
As autoridades do Tadjiquistão, país onde existem pouco mais de 41 mil usuários do Facebook, já haviam bloqueado o acesso entre os dias 2 e 11 de março, mas desde então, o número de pessoas registradas aumentou em mais de 25%.
A esse respeito, o subdiretor do Centro de Estudos Estratégicos adjunto à Presidência tadjique, Saifullo Safarov, assegurou à agência russa "RIA Novosti" que os motivos do bloqueio "são incompreensíveis".Não se deve fechar nenhum site, ainda mais um de caráter internacional. O acesso à rede só pode ser restringido caso se produza uma situação de emergência por segurança da informação", explicou Safarov. Já o presidente da Associação de Provedores da internet, Asomuddin Atoev, confirmou que recebeu a ordem de bloquear na segunda-feira o acesso ao Facebook, decisão que qualificou como violação dos direitos dos usuários, e que também prejudica a imagem do país.
Em sinal de protesto, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, postou
na rede uma fotografia na qual aparece com um cartaz escrito em
tadjique que diz: "Sou o dono deste site". Além do Facebook, estão
bloqueados os canais de televisão russos "RIA Novosti" e "Rossía 24" e
várias outros sites criticando o autoritário regime tadjique, segundo
meios de imprensa o presidente tadjique, Emomalí Rajmón, que dirige o
país de maioria muçulmana e que faz fronteira com o Afeganistão há 20
anos, deve tentar a reeleição no próximo ano, tentando permanecer no
poder pelo menos até 2020.
Fonte: Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário