sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Site do governo de SP é invadido em protesto contra posse de Genoino

04/01/2013 - 22h55

O site da Secretaria Estadual de Agricultura de São Paulo foi invadido nesta sexta-feira (4) por hackers e exibiu mensagem de protesto contra a posse de José Genoino (PT-SP) como deputado federal, ocorrida na quinta-feira (3). 

A mensagem, em tom irônico, pede aplausos ao petista, que foi condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a quase sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do mensalão. 

"Isso prova como o nosso país é justo, democrático, e que nossos governantes são altamente competentes. Além do mais, você cidadão, deve estar altamente satisfeito com tudo. Afinal, não temos motivos para reclamar", diz a mensagem exibida a quem tenta acessar o endereço da secretaria na internet. 

Com o desenho de uma arma e uma mensagem inglês, a página hackeada ainda defende uma "revolução armada" por parte da população contra o "sistema". 

"A única forma de revolução cabível ao nosso 'país' é luta armada, o tempo passa, os governos mudam e continuamos sendo escravos do sistema." 

A "pichação" virtual no site da secretaria foi assinada por "nbdu1nder", que diz não querer mais seguidores, mas apenas expressar sua indignação em um local de visibilidade. 

Em sua conta no microblog Twitter, o autor da invasão se define como "grey hat" (ou, "de chapéu cinza"), hacker cujo principal objetivo seria fazer brincadeiras e causar danos leves em seus alvos.
Procurada, a assessoria do governo lamentou a invasão e disse que tomaria as medidas necessárias para retirar a mensagem do ar. 

Fonte: Folha de São Paulo

 

Genoino diz que tem a "consciência sincera dos inocentes"



03/01/2013 20h10
O ex-presidente do PT José Genoino (PT-SP) (de gravata vermelha) chega à Câmara dos Deputados, em Brasília, onde tomou posse

Ex-presidente do PT condenado no julgamento do mensalão, José Genoino (SP) tomou posse nesta quinta-feira (3) como deputado federal. 

"Eu tenho a consciência sincera dos inocentes", afirmou Genoino em entrevista coletiva após a posse. "Além da minha consciência serena de inocente, estou cumprindo o dever como deputado federal, respeitando as leis do meu país e as leis constituídas da República." "Há uma cláusula pétrea na Constituição que diz que uma pessoa só será considerada culpada após o trânsito em julgado", disse o novo parlamentar.

Genoino disse considerar que tem condições políticas de atuar como deputado. "Tenho [condição política] porque a Constituição me garante este direito, porque tenho a consciência tranquila da minha inocência", repetiu.

Além de Genoino, outros 28 suplentes tomam posse na Câmara neste início de ano
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Genoino era o segundo da lista dos suplentes de deputados eleitos da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores nas eleições ao Legislativo federal em 2010. Na coligação daquele ano, Vanderlei Siraque (93.314 votos) aparecia em primeiro lugar, mas já assumiu o mandato no lugar de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual ministro dos Esportes. Genoino recebeu 92.362 votos.

Agora, o deputado petista Carlinhos Almeida (SP), que foi eleito prefeito de São José dos Campos (97 km de São Paulo) em outubro do ano passado, renunciou ao mandato e tomou posse na prefeitura da cidade paulista no último dia 1º. Assim, Genoino assume o lugar originalmente pertencente a Aldo, e Siraque assume o posto de Carlinhos Almeida.

Condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão, o petista só assumiu o cargo porque o acórdão (sentença final) do julgamento ainda não foi publicado. Quando o acórdão for publicado e os prováveis recursos das defesas dos réus forem julgados, o STF determinou que os deputados condenados deverão perder o mandato, decisão que incluirá Genoino.

Sobre a perda de mandato dos parlamentares condenados pelo STF, Genoino disse que o tema não cabe a ele. "Este assunto não compete ao deputado José Genoino, mas às presidências dos poderes constituídos. (...) Não vou opinar sobre esta questão, apesar de ter opinião." 

Fonte: Camila Campanerut e Fernanda Calgaro Do UOL, em Brasília