Os médicos que tratam do ex-lutador Hector "Macho" Camacho pelo ferimento à bala no rosto e no pescoço disseram que o tricampeão mundial de boxe sofreu um ataque cardíaco na madrugada de quarta-feira e que ele teve confirmada morte cerebral, nesta tarde. De acordo com o jornal local El Nuevo Dia, o prognóstico já era muito ruim, mas os exames constataram o estado e uma recuperação seria "um milagre".
“Seria um milagre a sua recuperação, medicamente, não há nada que se possa fazer”, afirmou Rafael Rodríguez Mercado, diretor do hospital em que o ex-pugilista foi internado, ao diário.
Camacho, de 50 anos, estava no banco do passageiro em um carro dirigido pelo amigo de infância Alberto Yamil Mojica. Eles estavam num carro estacionado diante de um bar quando alguém abriu fogo contra eles, matando o motorista. Camacho levou um tiro no maxilar. A bala fraturou duas vértebras e se alojou no ombro dele, disseram os médicos. Os exames feitos no momento, de acordo com especialistas, são para averiguar sua situação como doador de órgãos.
O incidente ocorreu perto de um shopping na Rodovia 167 em Bayamon, cidade a oeste da capital, San Juan. A polícia ainda não fez nenhuma prisão nem determinou o motivo do ataque.
"Esta é a luta mais dura da vida de Macho Camacho", disse Ernesto Torres, diretor do Centro Médico Rio Piedras, em uma entrevista coletiva na manhã de quarta, antes de confirmar ao jornal a morte cerebral. Camacho foi gravemente ferido por um tiro em Porto Rico na noite de terça-feira. Torres afirmou que Camacho sofreu o infarto às 4h15 de quarta.
Hector "Macho" Camacho em foto de 1997
"Estamos mantendo ele vivo com remédios. Ele é um cara forte. Podemos mantê-lo vários dias desse jeito para ver se há uma melhora. A situação de Macho é muito delicada. O prognóstico é muito ruim", afirmou Torres.
Camacho teve uma carreira profissional brilhante, com 79 vitórias e apenas 6 derrotas, incluindo lutas com os campeões Oscar De La Hoya e Felix Trinidad, assim como com Roberto Duran, Julio Cesar Chavez e Sugar Ray Leonard.
Ele enfrentou problemas com drogas e álcool durante sua carreira e foi preso por um breve período por acusações relacionadas a um assalto no Mississippi em 2005.
Em 2010, Camacho participou do programa de TV da rede Univision "Mira Quien Baila", a versão em língua espanhola do Dançando com as Estrelas.
Da Reuters, em San Juan (Porto Rico)*