quarta-feira, 17 de abril de 2013

A história de superação de Fawzia Koofi, a mulher que pode mudar o Afeganistão

Esta afegã de 36 anos enganou a morte várias vezes. Na primeira, Fawzia Koofi era só um bebê. Seu pai tinha 19 filhos e acabara de se casar com a sétima esposa, uma garota de 14 anos. A mãe, que apanhava, teve uma gravidez sofrida, rezou para nascer um menino e deu à luz deprimida. Fawzia foi posta numa pedra, sob o sol forte de Badakhshan, povoado distante da capital, Cabul. Os pais queriam que a natureza se encarregasse de desidratá-la.
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Um dia depois, alguém ouviu berros e a levou de volta para casa. A mãe acabou mostrando que a amava e esperava que ela mudasse o rumo das mulheres dali. Já deputada, com seis seguranças, Fawzia escapou de atentados graves. Em um deles, radicais do Talibã – grupo ligado a Bin Laden, que governou o país até 2001 – puseram bombas sob seu carro. Em outro, crivaram de balas o veículo que a levava com as filhas Shuhra, 13 anos, e Shaharzad, 12. “Mesmo deposto, o Talibã tenta me calar e impedir a defesa da Constituição, das mulheres e crianças”, afirmou depois de participar do Fórum Mulheres Reais Que Inspiram, em julho, em São Paulo.

Esse ataque foi em resposta à sua luta para derrubar uma lei dura. “Ela obrigava a esposa a fazer sexo sempre que o marido exigisse, sob pena de perder o sustento. Ainda a impedia de ir à rua sozinha e, em separações, dava a guarda dos filhos ao pai.” A lei caiu. Sua guerra ao Talibã vem desde a proibição de mulheres na escola: Fawzia foi forçada a sair do curso de medicina; hoje é advogada. Também brigou para libertar o marido. Preso pelo regime totalitário, ele pegou tuberculose e a deixou viúva. “Escrevi o livro Às Minhas Filhas com Amor... (Edições ASA) para contar minha história e explicar que só a educação de mulheres mudará a nação”, ressalta. Para lutar por isso, ela concorrerá à Presidência em 2014. Como governará o segundo país mais corrupto do mundo, quinto mais pobre, com 70% de desnutridos e campeão em morte materna? “Tenho projetos econômicos. No Afeganistão, há minérios mal explorados. Não vou disputar para perder. Mas necessito de dinheiro para enfrentar o candidato de Karzai, o atual presidente”, diz, indicando o site fawziakoofi.org para doações. “Preciso do apoio de mulheres do mundo todo.”

Fonte: Patrícia Zaidan Revista Cláudia



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Justiça condena ex-governador do DF a cinco anos de prisão



 16/04/2013 - 22h38

ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda foi condenado nesta terça-feira (16) a 5 anos e 4 meses de detenção, em regime semiaberto, por dispensa indevida de licitação na contratação da empresa Mendes Júnior Trading Engenharia para reformar o ginásio Nilson Nelson, em 2008.
Arruda também foi condenado a pagar multa de R$ 400 mil, equivalente a 4% do valor das obras.

A sentença é da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal em consequência de ação penal ajuizada pelo Ministério Publico do Distrito Federal.
Segundo a assessoria de imprensa do TJDF, Arruda poderá recorrer da sentença em liberdade.
Na denúncia, os promotores afirmaram que o governo "não pode agir com o fim de 'fabricar' suposta emergência e com isso burlar a obrigatoriedade da licitação, tornando regra o que deveria ser a exceção".
A obra teria sido atrasada propositadamente, segundo os investigadores, para a contratação da empresa em regime de urgência.
A reforma no ginásio era necessária porque Brasília era uma das sedes do Campeonato Mundial de Futsal de 2008, organizado pelo FIFA.
Na sentença, o juiz Carlos Pires Soares Neto afirmou que o "acusado José Roberto Arruda dispunha de tempo suficiente para adequar-se às exigências da FIFA, que por sua vez, não é nenhuma entidade estatal a ponto de pressionar, nesse sentido, qualquer Estado soberano como alegaram os acusados para dispensarem a licitação em caráter emergencial".
O ex-secretário de Obras do DF Márcio Edvandro Rocha Machado também foi condenado a 4 anos e oito meses de detenção, em regime semiaberto, e pagamento de multa de 300 mil.
Arruda e Machado não foram encontrados até a publicação desta reportagem. 

Fonte: Folha on line

Discurso de Dilma sobre juros causa mal-estar no BC



17/04/2013 - 04h00


Os comentários da presidente Dilma Rousseff sobre juros e inflação, feitos no primeiro dia de reunião do Copom, causaram certo mal-estar no Banco Central, mas a avaliação é que as declarações pelo menos não chegaram a ser ruins nem "engessam" a decisão a ser tomada hoje sobre a taxa Selic.
Segundo a Folha apurou, a equipe do BC considera que o "ideal" seria que ninguém do governo, inclusive a presidente, fizesse avaliações sobre taxa de juros durante os dois dias de reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) por causa de riscos de interpretações erradas pelo mercado.
Principalmente num momento em que o próprio governo admite que o Banco Central tem sua credibilidade questionada pelo mercado e precisa reafirmá-la para recuperar seu poder de coordenador das expectativas sobre os rumos da inflação.
O tom das declarações da presidente, contudo, gerou uma leitura "até favorável" pela equipe do BC. Foi destacada a frase de Dilma em que ela diz que irá atacar "sistematicamente" a inflação.
Além disso, no discurso feito em Belo Horizonte, técnicos consideram que a presidente sinalizou não descartar um aumento de juros agora ao dizer que "qualquer necessidade de combate à inflação será possível fazer num patamar menor", numa referência ao tamanho de uma eventual alta dos juros.
Durante sua passagem pela capital mineira, a presidente Dilma fez questão de dizer a interlocutores que o BC terá autonomia para decidir o que fazer com a taxa Selic.
O Planalto, apesar de preferir que os juros não subam, trabalha com essa possibilidade e torce para que a alta, se for decidida, seja de 0,25 ponto percentual e não ultrapasse um ponto percentual ao longo do ano, o que levaria a taxa dos atuais 7,25% para 8,25%. 

APOSTAS
No mercado, analistas apostam que o BC pode optar por um aumento mais elevado, de 0,50 ponto percentual, exatamente em razão do clima de interferência política nas decisões do banco.
Dentro do BC, há um desconforto entre os técnicos diante das declarações públicas sobre juros vindas de autoridades do governo, como as da presidente na África do Sul, quando ela disse ser contra medidas de combate à inflação que afetem o crescimento.
Esse tipo de comentário, segundo a equipe do BC, prejudica o trabalho que o banco vem fazendo desde o início do ano de endurecer seu discurso para tentar reverter as expectativas sobre os rumos da inflação. 

Fonte: Folha on line por Luiza Bandeira

Paulistanos querem redução da maioridade penal



17/04/2013 - 03h00

Se dependesse apenas dos paulistanos, a maioridade penal no Brasil, que hoje é de 18 anos, seria Pesquisa Datafolha mostra que 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder.Os pesquisadores ouviram anteontem 600 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos (para mais ou menos).
Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente --a margem de erro era de dois pontos.
Sobre a idade a partir da qual um adolescente deveria passar a ser responsabilizado criminalmente, parte dos entrevistados, em respostas espontâneas (sem haver opções no questionário), defende que menores de 16 anos sejam enquadrados.
Para 35%, jovens de 13 a 15 anos deveriam ser considerados pela lei como adultos. Para 9%, até menores de 13 anos deveriam ter esse tratamento.
Quando é dada a opção de escolher o que seria mais eficaz para reduzir a criminalidade, há divisão: 42% dizem que seria ideal criar políticas públicas mais eficientes para jovens.
Outros 52% afirmam que a redução da maioridade penal já implicaria na melhoria dos índices criminais. Há ainda 5% que acreditam que ambas as medidas são necessárias.
"A demonstração de apoio à redução da maioridade penal revela um apoio a uma solução mais imediatista, mas a população também mostra que tem consciência de que é preciso que haja políticas públicas mais eficientes", afirmou Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
Um levantamento da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em 53 países aponta que 42 adotam a maioridade penal a partir dos 18 anos.
Entre os que responsabilizam mais jovens estão os EUA --a partir dos 12 anos, dependendo do Estado.
O debate sobre a alteração na legislação voltou à tona depois do assassinato do universitário Victor Hugo Deppman, 19, mesmo sem ter reagido a um roubo de celular no último dia 9 em São Paulo.
O suspeito pelo crime é um jovem que estava a três dias de fazer 18 anos. Ele foi detido e levado para a Fundação Casa (antiga Febem).
Na avaliação de Paulino, a alta aprovação à redução da maioridade penal está dentro do contexto de violência praticada por um adolescente.
O levantamento feito em 2003 também foi realizado pouco tempo depois da morte de um casal de namorados (Liana Friedenbach, 16, e Felipe Caffé, 19) por um jovem que na época tinha 16 anos --conhecido como Champinha.
"Há um acúmulo de eventos dessa natureza, que tiveram grande repercussão e geram sensação de impunidade que influenciam na opinião da população."

Fonte: Folha on line por Afonso Benites