Em seu status hoje no Faceboock, o Jornalista Fábio Pannunzio faz uma revelação, quase um desabafo e ainda nos chama a atenção para quem é o culpado pela guerrilha armada estar aterrorizando o Estado de São Paulo.
Leia o texto na íntegra:
O
homem que censurou meu blog caiu. Antônio Ferreira Pinto foi
defenestrado pelo governador Geraldo Alckmin ao final de um processo que
equiparou São Paulo à Roma de Nero. O resultado dessa gestão desastrosa
é nítido: no mesmo dia em que foi demitido, a Secretaria de Segurança
Pública apresentou indicadores que demonstram claramente que autorizar a
selvageria policial fez dobrar o número de assassinatos e execuções.
Mas o recrudescimento dos indicadores, que apenas confirma o que a
sociedade vem sentindo e denunciando, é apenas uma parte do problema.
A notícia veio um dia depois que meus advogados protocolaram a
contestação à inicial da ação de danos morais que Ferreira Pinto move
contra mim. Se tivessem cérebro no lugar do fígado que lhes ocupa a
caixa craniana, Alckmin e Ferreira Pinto teriam poupado o Judiciário
desse papel de algoz da Imprensa que, ao cumprir seu mister, apenas
antecipou o cenário que se criava.
O substituto de Nero é um homem
de caráter muito mais conciliador. Fernando Grella também tem um
equipamento intelectual muito diferente do Capitão encarnado em Ferriera
Pinto. Vai mesmo precisar de massa cinzenta para colocar ordem na casa
incendiada por seu antecessor.
E com uma experiência recente que
pode ajuda-lo a dimensionar o quanto a permissividade com a violência
pode ser danosa. No ano passado, duas semanas antes que o STF julgasse
que as marchas da maconha estão dentro dos limites aquilo que a
Constituição estabelece como direito de expressão, ele pediu -- e
conseguiu -- que a PM de Ferreira Pinto reprimisse uma manifestação dos
maconheiros na Avenida Paulista. Mas é preciso ter claro que uma coisa é
tantar convencer um juiz de que uma passeata não pode acontecer, como
fez Grella na condição de Procurador-Geral de Justiça. A outra é
despejar balas de borracha, bombas de gás e cassetetadas sobre os
manifestantes, como fez Ferreira Pinto.
Desejo sorte ao novo
secretário, que vai precisar. A missão dele é muito maior do que a de
salvar o governo Alckmin -- é pacificar a capital dos paulistas,
conflagrada pela guerra sem regras aberta pelo ex.
Sei que ele chega à SSP cercado de pessoas de excelente qualidade. Se for bem-sucedido, terá a gratidão da população.
Sugiro que o primeiro passo seja devolver à Polícia Civil a
prerrogativa de cuidar da inteligência policial. E que centralize em
seu gabinete as ações da Corregedoria da PM, como Ferreira Pinto fez com
a da Polícia Civil. Só assim será possível apurar com o devido rigor os
efeitos que os desmandos e a leniência para com a violência policial
produziram nos últimos quatro anos.
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