quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Troca de e-mails indica que Rosemary consultou Lula sobre nomeações

29/11/201223h51 




Troca de e-mails indica que Rosemary consultou Lula sobre nomeações

Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-assessora de Lula  
Rosemary Nóvoa de Noronha, ex-assessora de Lula

E-mails trocados entre a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, e os irmãos Rubens e Paulo Vieira, diretores exonerados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência Nacional de Águas (ANA), presos pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, mostram que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, teria sido consultado sobre a nomeação dos envolvidos no esquema de venda de pareceres técnicos fraudulentos. As mensagens eletrônicas, divulgadas pelo "Jornal Nacional" fazem parte do inquérito oficial da PF e indicam a troca de favores entre Rosemary e os irmãos Vieira.

Num e-mail enviado à ex-chefe de gabinete, Rubens se oferece para preencher o cargo de diretor de Infraestrutura da Anac e diz ter as qualificações necessárias.
Em resposta, no dia 20 de setembro de 2009, Rosemary afirma que iria "tentar falar com o PR", sigla utilizada por funcionários do governo para se referir ao presidente da República. Numa mensagem anterior, de 6 de abril de 2009, é Paulo quem pede a Rosemary a indicação para o cargo de diretor da ANA. A nomeação é publicada mais de um ano depois, no fim de 2010.
Depois de emplacar os dois irmãos, Rosemary pede a Paulo uma vaga de assessora na Anac para a sua filha Mirelle. Em e-mail de 8 de novembro de 2010, Rosemary Noronha tem o cuidado de solicitar ao diretor da agência que nomeie a filha depois de uma confirmação: "Peço gentileza de nomear só depois de eu falar com o presidente", escreve. Mirelle também já foi exonerada do cargo depois do estouro do escândalo.
Numa outra mensagem obtida pela revista "Veja", Rosemary pede aos Vieira, donos de uma faculdade no município paulista de Cruzeiro, a emissão de um falso diploma para que seu marido, José Cláudio de Noronha, fosse nomeado para um cargo no Conselho de Administração da Brasilprev, companhia de previdência privada que tem o Banco do Brasil como acionista.
Rosemary acompanhou Lula em mais de duas dezenas de viagens internacionais durante o mandato do ex-presidente. No inquérito, constam apenas mensagens eletrônicas, pois o sigilo telefônico não foi quebrado.
Como consequência da Operação Porto Seguro, deflagrada na sexta-feira (23) da semana passada contra uma organização criminosa que atuava infiltrada em órgãos federais para favorecer interesses privados, a Polícia Federal (PF) pretende se concentrar agora na investigação de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro de líderes do grupo criminoso e agentes públicos suspeitos de receber recursos ou vantagens para cometer atos ilegais. Segundo a PF, a investigação não foi feita até agora, mas ela vai ocorrer “como consequência natural”.
Até o fim do ano, o primeiro relatório sobre a operação deve ser concluído. A partir daí, a expectativa é que seja pedida autorização para prosseguir na análise de todo o material coletado no decurso da operação. A Polícia Federal acredita que até fevereiro do próximo ano o inquérito policial esteja terminado.
A investigação da Operação Porto Seguro começou com um inquérito civil público para a apuração de improbidade administrativa. O ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior revelou ao Ministério Público Federal e à PF que lhe foram oferecidos R$ 300 mil para que elaborasse parecer técnico a fim de beneficiar um grupo empresarial do setor portuário que atua no Porto de Santos, a empresa Tecondi (Terminal para Contêineres da Margem Direita), em um contrato com a Companhia Docas de São Paulo (Codesp).
Cyonil disse ainda ter sido contatado por Paulo Rodrigues Vieira, então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), para alterar o parecer técnico do TCU que apontava ilegalidade na área que era ocupada pela Tecondi no Porto de Santos, maior do que a que havia sido licitada.




Lula em foto para campanha
 

 

 

 

 

 

 

Investigação sobre enriquecimento ilícito será nova etapa da Operação Porto Seguro

Como consequência da Operação Porto Seguro, deflagrada na sexta-feira (23) da semana passada contra uma organização criminosa que atuava infiltrada em órgãos federais para favorecer interesses privados, a Polícia Federal (PF) pretende se concentrar agora na investigação de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro de líderes do grupo criminoso e agentes públicos suspeitos de receber recursos ou vantagens para cometer atos ilegais. Segundo a PF, a investigação não foi feita até agora, mas ela vai ocorrer “como consequência natural”.
Até o fim do ano, o primeiro relatório sobre a operação deve ser concluído. A partir daí, a expectativa é que seja pedida autorização para prosseguir na análise de todo o material coletado no decurso da operação. A Polícia Federal acredita que até fevereiro do próximo ano o inquérito policial esteja terminado.
A investigação da Operação Porto Seguro começou com um inquérito civil público para a apuração de improbidade administrativa. O ex-auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Faria Júnior revelou ao Ministério Público Federal e à PF que lhe foram oferecidos R$ 300 mil para que elaborasse parecer técnico a fim de beneficiar um grupo empresarial do setor portuário que atua no Porto de Santos, a empresa Tecondi (Terminal para Contêineres da Margem Direita), em um contrato com a Companhia Docas de São Paulo (Codesp).
Cyonil disse ainda ter sido contatado por Paulo Rodrigues Vieira, então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), para alterar o parecer técnico do TCU que apontava ilegalidade na área que era ocupada pela Tecondi no Porto de Santos, maior do que a que havia sido licitada.
Inicialmente, Cyonil aceitou o dinheiro e chegou a receber R$ 100 mil, mas se arrependeu e resolveu denunciar Paulo Rodrigues Vieira à Polícia Federal. A PF acredita que o ex-auditor fez a denúncia após ter se sentido lesado por não ter recebido as duas últimas parcelas de R$ 100 mil que haviam sido combinadas.
Em uma das denúncias feitas à polícia, Cyonil chegou a citar o nome do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, dizendo que ele teria interesse na alteração do parecer técnico envolvendo a Tecondi. Mas, segundo a PF, até o momento nada foi comprovado sobre o envolvimento de Dirceu nas irregularidades. O ex-auditor, apesar de ter cometido o crime de corrupção passiva, não foi indiciado até o momento.

Cyonil Borges, delator de esquema de corrupção desarticulado pela Operação Porto Seguro 


Após a denúncia de Cyonil, a Polícia Federal passou então a investigar o caso e chegou a outros nomes, como o de Rosemary Nóvoa de Noronha, então chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. De acordo com a PF, Rosemary, que foi indicada ao cargo pelo ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, não obtinha ganhos com os pareceres que eram produzidos ou adulterados pela organização, mas foi investigada na operação por manter uma “relação muito próxima” com Paulo Vieira e por fazer indicações para cargos públicos.
Em um dos e-mails que trocou com Paulo Vieira, ela pede uma quantia para reformar um imóvel. As mensagens eletrônicas entre Rosemary e Paulo Vieira foram interceptadas após autorização judicial. Segundo a Polícia Federal, não houve qualquer interceptação telefônica envolvendo Rosemary, que foi exonerada do cargo por determinação da presidenta Dilma Rousseff.
De acordo com a Polícia Federal, nos e-mails de Rosemary que foram interceptados, até o momento não apareceram quaisquer irregularidades envolvendo o nome do ex-presidente Lula ou do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu. “Nenhum dos dois tem hoje prerrogativa de foro. São cidadãos comuns como qualquer um de nós, apesar de um passado mais conhecido. Se tivesse qualquer coisa, até este momento, eles teriam sido sim objeto de investigação na Justiça Federal de primeira instância e poderiam até ter sido indiciados. Se não foram é porque não teve”.
Na Operação Porto Seguro, seis pessoas foram presas suspeitas de participar de uma organização criminosa que funcionava infiltrada em órgãos federais para favorecer interesses privados na tramitação de processos. Segundo o Ministério Público Federal, estão presos preventivamente os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA); Rubens Carlos Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); e Marcelo Rodrigues Vieira, empresário. A advogada Patricia Santos Maciel de Oliveira chegou a ser presa temporariamente, mas já está em liberdade. Os advogados Marcos Antônio Negrão Martorelli e Lucas Henrique Batista estão em prisão domiciliar, em Santos.


Fonte:  Da Agência Brasil

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